Para quem não sabe faz 9 meses que fui demitida. É a primeira vez que escrevo sobre o assunto, por ‘n’ motivos eu ainda não havia escrito nada, para não me expor, para digerir o que aconteceu, por ter sido a primeira vez, por eu não ter um plano B, acho que por nem saber porque escrever isso…
Na verdade escrevi um post no Face no dia da demissão em tom de despedida aos colegas de trabalho, mas muita gente nem leu, outros que leram não entenderam do que exatamente se tratava por realmente não querer fazer daquele momento um muro de lamentações… Em um dia de debate presidencial também acabei desabafando que a resposta da atual presidente reeleita me incomodava enquanto desempregada. (mais isso são só parênteses)
Já li inúmeros relatos de quem foi demitido nos últimos 6, 7, 8 e 9 meses e que tinham 10, 20, 30 anos de casa. Eu iria completar 6, mas garanto que a sensação de rejeição, abandono, falta de chão no pé… é a mesma! Não pela falta de dinheiro. Isso na verdade se resolve com planejamento, novos projetos e afins. Mas pela falta de respostas, feedbacks, por se trabalhar com ‘perfil de dono do negócio’ em algo que não é seu, a dor de perder algo que se amava, por até então estar apostando todas as minhas fichas em uma única jogada, por não ter um plano B…
Mas a transformação, a volta por cima, o autoconhecimento, por mais clichês que pareçam, são realmente gratificantes, você desacelera para se reencontrar… Porque ligada no automático, trabalhando sob muita pressão e na correria do dia a dia da vida pessoal também, sinceramente não havia refletido mais sobre o que fazer e para onde ir. Para quem sempre fez da vida profissional e de certos aspectos da vida pessoal um planejamento estratégico e um relatório de metas sempre muito racional, se ver em uma situação em que de certa maneira você não tem mais o controle das coisas e precisará rever tudo para refazer suas estratégias e metas de antes, é algo muito assustador e ao mesmo tempo estimulante.
Li neste post que aliás eu recomendo MUITO a leitura [do blog todo…] Ao arrancarem meu crachá senti como se estivessem arrancando a minha pele de uma ex-alta executiva da editora Abril que ela se contratou para cuidar de seu negócio próprio, seus próprios projetos e escrever seu livro… E eu me sinto assim, me contratando para gerir meus próprios projetos, contratando minha própria força de trabalho e minha agenda. É algo que alguém acostumado a crachá e notebook corporativos, o sistema CLT de contratação e outras coisitas mais parece muito estranho e abstrato. Há também uma certa pressão social dos amigos e familiares para que você encontre um emprego FORMAL de novo, mas isso é assunto para outro texto.
Este post tb ajuda a reorganizar as ideias, aliás este blog coopera para que tracemos nosso plano B O que fazer quando a demissão parece ser o fim da sua vida um grande erro meu foi não ter um de bate-pronto, mas isso são águas passadas, só repito para que sirva de lição para quem ainda está empregado [ainda vejo muitos colegas empregados focados somente em suas vidas profissionais em suas atuais empresas empregadoras, workholics, sem outros planos; sem atualizar seus perfis no LinkedIn; sem manter ativo seu network…].
É claro que não é fácil, você chega em um prédio corporativo e te perguntam, Tatiana de onde? Vc liga e tb perguntam… A empresa onde trabalha vira seu sobrenome, é nesta hora tb que ter se dedicado aos 4 anos de Jornalismo no Mackenzie vale muito a pena, porque me apresento como Tatiana, jornalista (mas isso já é pauta para o próximo texto…
O que estou fazendo da vida [profissional] agora? Bem…
– toco a agência de comunicação Wonderweb com meu marido e um sócio
– um de nossos clientes é o Augusta Pet Shop segmento que me encanta cada dia mais
– sou articulista do portal Administradores.com
– e colaboradora do portal Fábrica de Palavras